Qual é o problema do calor?


Anda tudo contente e admirado com as temperaturas que fazem por estes dias. Um Natal em mangas de camisa, uma passagem do ano em tronco nu (exagero? Ok!).

Ora bem, eu gosto! Dá para passear com a família, sem grandes preocupações com a roupa dos putos. Para correr é do melhor, também não gosto de minimizar o peso. Para o interior da adega - que é onde está o trabalho por estes dias - é um pouco menos mau também. 
Então onde está o problema? Porque raio não posso estar 100% feliz como toda a gente? Porque motivo tenho sempre de arranjar um mas...? 
Não me suporto! 
Ninguém me suporta!

O motivo, de tão complexo torna-se simples. 

A vinha precisa de um período de frio, designou-se uma semana a temperaturas médias inferiores ou iguais a 10ºC. Quando isto não acontece, pode não se dar a correcta quebra de dormência do gomo e o abrolhamento fica condenado ou demasiado irregular. Por outras palavras, o numero de gomos (olhos) que rebentam pode ser insuficiente para o sucesso na hora da colheita e quem sabe até no futuro próximo da planta.

Contudo, não quis publicar isto sem uma opinião experiente.  Consultei o Manuel Botelho - um dos nomes maiores do futuro da viticultura em Portugal - e em boa hora o fiz. Diz ele que a videira, ainda assim tem baixas necessidades de frio e que o nosso clima fornece de sobra a quantidade necessária para que o processo se desenrole com naturalidade. Mesmo com o inverno que estamos a ter.

Fico por isso agradecido ao esclarecimento técnico do Manuel. Fico também mais descansado e fica ainda a confirmação da minha insuportabilidade.
Vêm como é bom perguntar a que sabe?

Adeus e passar bem!

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