HM Lisboa 2017 - Génesis

Tal como prometido, aqui fica o relato da minha visita à vinha e das decisões que tomei depois disso.

Tendo em conta que a chave deste vinho é o índice de maturação do Fernão Pires, quero este ano experimentar duas cubas, apanhadas em momentos diferentes. Uma primeira apanha com acidez de 7 ou 8 g/L e outra já nos 5 - 6 g/L. Pretendo estudar o impacto organoléptico destes dois momentos de colheita, bem como a estabilidade dos ácidos.
Apenas no final, quando for a lotear com o Arinto decidirei se usarei as duas ou apenas uma. Pretendo ainda tirar uma barrica de cada uma destas. Se gostar, do que gostar, pode consistir a base de um hipotético "Reserva". Calma... sem stress nem pressões!

Ou seja, só no Fernão Pires tentarei fazer dois níveis de maturação, cada um deles com e sem barrica. São 4 variáveis em estudo.
Em relação ao Arinto, um nível de maturação (este está mais que estudado), parte em inox e outra parte em barrica. Bom, está tudo já muito confuso, certo? Vou fazer um desenho:

Com base nestas ideia parti para a vinha à procura de provar uvas e medir o grau alcoólico provável (eu sei que não parece muito coerente dizer-se que se vindima com base na acidez e depois andar com um aparelho de medir açucares, mas podem crer que é).



Arinto:
Tal como esperado, encontra-se atrasado, com alguma heterogeneidade "normal" neste período imediatamente pós pintor. Para já nem vale a pena medir.



Fernão Pires:
No final da semana passada estávamos com uma acidez de 9g/L (para 9% de Álcool Provável-AP.). Num ano em que tudo se precipitou (em especial estas castas mais precoces) temi que pudesse passar o ponto ideia para a colheita do primeiro nível de maturação. As análises feitas mostram que vai ser por pouco, acidez de 8,1g/L para um álcool provável de 10,1%. È apanhar já, pensei, a adega está preparada e a utilização de um mínimo de produtos enológicos (não dispenso o uso de sulfuroso, especialmente quando uso leveduras indígenas) permite-me tomar decisões rápidas. 

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