Underdog da talha pré-venda Aberta

Resumo para apressados:

Podem reservar o vinho (que também é uma obra de arte única) já por 25€/garrafa ou rezar para depois terem sorte de o encontrar à venda por 28€ nalgum dos meus parceiros.
Se vos interessa, enviem mensagem para geral@twawine.com e demonstrem interesse (nº de garrafas) e eu explicarei o que fazer. 


Quem acompanha este meu percurso como produtor já reparou que a família de vinhos se divide em duas marcas, Hugo Mendes e UnderdogNos "Hugo Mendes", o que conta é a interpretação das uvas e do terroir. Nos  "Underdog" (cujo registo conseguimos finalmente) o que vale é... basicamente tudo! Mas... podemos resumir como sendo a "label" onde cabem os meus ensaios mais ousados ou os vinhos menos terroaristas (um curtimenta tem muito pouca expressão do terroir) e vinhos de outros enólogos e adegas de que gosto e não teriam outra forma de ver a luz do dia. 

Ora bem, este Underdog que vos quero apresentar hoje cai mais nesta ultima categoria, embora nada me garante que não viesse a ser usado num dos lotes da casa de onde provem, mas foi-me dada a oportunidade de escolher e de o isolar por achar que é um vinho que me apetece muito ter à mesa.

A aventura deste Underdog começa com o meu relacionamento com o Ricardo Santos, enólogo que conheço da Quinta do Carneiro onde é responsável de enologia (junto com o Miguel Nunes 😏 ). Se o nome vos faz soar umas campainhas é porque é a adega onde os Hugo Mendes Lisboa estão sediados.


Ora bem, o Ricardo, alentejano de gema, há muito que me convida para a sua Vila Alva e a festa de abertura das talhas... a que sempre falhei, diga-se para minha imensa vergonha. Num destes dias, brincava com ele sobre o facto da talha estar na moda e de aparecerem variações de baixo de qualquer pedra quando me lembrei que seria giro ter algumas garrafas do projeto "Mestre Daniel/XXVI talhas" (no qual ele é um dos sócios e enólogo) para promover junto dos meus patronos e assim ajudar, de alguma forma à evangelização da cultura das talhas.
O Ricardo não se fez rogado e apresentou-me uma solução melhor... por que não ter o meu próprio vinho de talha? Confesso que não me seduz a ideia de fazer um talha, sinto-me um estranho nessa cultura, não faz sentido, mas... pensei... se for um Underdog? Se eu só tiver de escolher entre vinhos já feitos? Pode ser que saia alguma coisa que me satisfaça mas onde não me sinta a invadir espaço alheio. Assim ficou combinado. Os detalhes da escolha dos vinhos ficam para mim e para o Ricardo, vocês não precisam saber tudo. Apenas que fizemos um lote que me deixou extremamente feliz e que não colide com nenhuma das referencias deles.

Tudo foi feito meio à distância e só no dia do enchimento visitei Vila Alva. É aqui que a voz se embarga e não consigo descrever bem o que ali senti. 

Para começar, a recepção foi melhor do que os meus méritos exigem, gente boa, animada, simples... tão simples que me senti voltado atrás no tempo, numa qualquer adega na minha Ribeira de Santarém, pela mão do meu avô para um copito de vinho, uma bolacha maria (que ele trazia sempre no bolso... para "ensopar") e três dedos de conversa. No tempo em que a vida era simples, os sonhos coloridos e os ombros leves.

Descobri uma vila que vive "os talhas" com uma intensidade que julguei já não existir. O vinho ali ajudou a que uma geração há muito fugida vá aos poucos regressando, por agora aos fins de semana, mas que imprime um dinamismo e um assegurar das vinhas por mais uma geração. O que este grupo ali está a fazer é algo digno dos mais rasgados elogios. Estão, não só a manter viva uma tradição como também a criar um forte potencial de desenvolvimento do enoturismo para a região. É absurdo, é lindo, é apaixonante e confesso que mudaram toda a minha perspetiva em relação a estes vinhos porque finalmente encontrei algo que não se cinge apenas à sua produção e comercialização (vejam o episodio do Unfiltered com o Ricardo para perceberem melhor).

Para ser franco... fiquei com vontade de repetir a experiência e está no ar a possibilidade de os acompanhar na próxima vindima e quem sabe... mandar uns bitaites numa talha... uma espécie de estágio com opção de compra! :)


Estes projetos inspiram-me, dão-me vida, emocionam-me e é por isso que tenho o mais profundo orgulho de vos anunciar o novo Underdog... um tinto de talha de Vila Alva, pelas mãos da inestimável equipa da adega do Mestre Daniel... Olé!


Segundo o Ricardo, as uvas disto foram: Aragonês, Trincadeira e Tinta Grossa em chão de xisto e num gostoso desconhecimento pelas percentagens de cada casta no lote. Vinha a 300 metros de altitude perto da serra do Mendro. 12% de álcool (Lá vem ele com vinhos com pouco álcool) e uma cor aberta que muito feliz me deixa ver no copo. Gosto dele com uma horita de frigorifico e tenho-me mordido todo para deixar algumas para vocês!

Depois do vinho vem o rótulo e também aqui este projeto tem contornos únicos. A composição fica a cargo do designer Cesar Duarte com base em arte realizada por artistas, também eles Underdog, que faço questão de ter comigo. São gente super talentosa que por alguma razão desta vida não dão uso profissional aos seus talentos artístico. 

Este rótulo especificamente tem mais uma vez uma ilustração do Pedro Almeida (o sacana está cada vez melhor, não está?) e será, como todos os outros, exclusivo para esta curta edição de 681 garrafas.

As garrafas que chegarem ao mercado terão um PVP recomendado de 28-30€, contudo, abro aqui a possibilidade de reservarem já, e assim tornarem-se patronos, por um preço mais simpatico, 25€ cada uma

Desta forma não só se tornam patronos do projeto com as devidas vantagens (preços especiais todo o ano, conteúdos exclusivos em breve, ...) com ainda garantem que apoiam todos os envolvidos neste Underdog. Começando pelos bravos de Vila Alva até aos artistas que conseguimos também apoiar e revelar desta forma.

Os interessados devem mandar mail para geral@twawine.com e depois eu instruo o que fazer. As reservas será consideradas com base na ordem de entrada dos mails. 

Desde já muito obrigado.

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