O reporter do futuro... a naturalização!

Há dias tive um sonho, mas não foi um sonho qualquer… foi algo demasiado realista para ser um simples e mundano sonho. Vou-vos relatar e vocês me dirão se foi visão ou ilusão. Pode ser?

Era um fim de dia normal... lavei os dentes, tomei a medicação, meti-me na cama, dei um beijo respeitoso à Sara e adormeci.

Acordei (!?) numa espécie de acento imaterial… não sei bem explicar… estava sentado no vazio, mas a progredir no espaço… ao estilo dos "saltos" no Star Wars estão a ver? Mas sem nave ou algo que me protegesse. Estava completamente nu e sem depilação feita (uma desgraça nunca vem só). Senti-me desprotegido e impotente. Eia calma nesses pensamentos… não é desse tipo de impotência que falo aqui. Porra, nem este falo é o dito... Caramba!.

Adiante… num flash vi-me noutro tempo. Como percebi que era outro tempo? A arquitetura e os veículos (se é que podemos chamar veículos áquilo) eram muito diferentes do que conheço, mas deixavam entender que eram uma versão evoluída do que temos hoje… os materiais pareciam mais orgânicos. As pessoas menos. Um sol e uma lua com os mesmos buracos? É a Terra porra... daqui a uns anos... não muitos, mas é a Terra. Não há duvidas, pensei.

Foi de veras revelador e absolutamente extraordinário. Quem ali me levou queria que visse diferentes realidades e passei de uns sítios para outros, sem palavras trocadas com alguém, sem que eu pudesse controlar alguma coisa ou o momento em que acontecia, apenas com os olhos bem abertos e a absorção de informação no máximo. No final, quando a entidade (presumo que existisse uma) achou que já tinha visto suficiente mandou-me de volta… desta vez ao estilo Harry Potter... um fumo cinzento subiu até cobrir todo o ângulo de visão e quando se desvaneceu percebi que tinha voltado à cama e à companhia da minha mulher que consegue fazer mais fumo que Patty e Selma quando fuma o seu primeiro cigarro da manhã. Sim, fuma na cama... é uma merda isto!

O que vi pode ser relatado assim:

No futuro, os vinhos serão produzidos a partir de plantas originadas da semente e não da propagação (filoxera my ass… não me aborreçam com questões técnicas faxavor… tudo isso será resolvido em breve. Eu vi!). Acabar-se-ão as vinhas conduzidas, as plantas vão ganhar (ou adquirir?) direitos e liberdades, os vinhos "convencionais" desaparecerão final e felizmente. É verdade que deixará de haver pinga para o comum dos mortais também... mas não precisam ser muito inteligentes para perceber que com isso se resolverão os problemas de saúde da humanidade, essa criança mimada que não percebeu ainda que o vinho é o diabo!

A radicalização da nova ordem serão os vinhos feitos a partir dos arbustos selvagens, também eles de semente, mas por uma técnica mais apurada. Será mais ou menos assim: alimentar-se-ão aves com a fruta e iremos acompanhar o crescimento das plantas nos sítios onde elas cagarem as sementes (será um negócio semelhante ao das trufas, mas com a fossanguice porca no inicio do processo e não no fim).
O “ultimate”, o pináculo… o píncaro desta evolução será... conseguem imaginar? Isso mesmo… Uvas sobre maduras que cairão dessas vinhas selvagens e fermentarão no chão da mata… tal como se pensa que se embebedaram [naturalmente] os primeiros humanoides.

O preço destes pequenos sáculos de prazer irá envergonhar tanto belugas como trufas brancas… Domaine de la Romanee …quê? Todas estas raridades serão esquecidas, remetidos para o inferno do luxo... a banalidade!

Serão também montados espaços perto destes arbustos que lembrarão restaurantes mas com o único propósito de apoiar o ato de saborear na máxima plenitude a exclusividade destas naturais fermentações. Só para milionários... claro está.

Vai ser sem duvida um mundo... com muito pouco de admirável e absolutamente nada de novo, mas pleno de naturalidade!


Confesso que passei os últimos dias a pensar naquilo a que chamo "Dilema Kyle Reese" se não reparem, terei visto o futuro ou acabei de semeá-lo na cabeça do seu construtor?

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