Produtores para o século XXI - Parte I

Estou em choque. O motivo vem do livro que ando a ler, Produzir e Beber - A questão do vinho no estado novo de Dulce Freire e prende-se com o facto de passadas 3 gerações, a rapaziada que está nos destinos das produções vitivinícolas continuar basicamente com o mesmo tipo de mentalidade.

A palavra de ordem continua a ser: “Eu, eu, meu, meu, para mim, para mim”. Olha-se de lado para o vizinho como se não se soubesse já que o mal dele é como uma praga de míldio, pegam-se facilmente e propagam-se pelo ar.
Um parênteses aqui, pois lembrei-me de algo que li do Miguel Esteves Cardoso. Vou procurar. Esperem um bocadinho….
Ok! Achei. É retirada de uma pequena crónica intitulada Mediocridade que encontrei compilada no livro A Causa das Coisas (foi publicada pela primeira vez no Expresso nos anos 80 e vejam como se mantém actual!). Passo a citar:
“Será má vontade? [a mediocridade] Não me parece. O Português mediocriza-se por pura paranóia. O terror máximo dele é ser “otário”. Nada nos aflige mais do que a ideia de estarmos dalguma forma a trabalhar para os outros. A lentidão ou ineficácia dos nossos colegas não nos parece nem uma coisa nem outra. Para nós, trata-se apenas de uma “artimanha” para se “aproveitarem” do nosso trabalho. Cada vez que fazemos um pequeno esforço, o outro tira as medidas ao acréscimo de produtividade e extrai gulosamente esse esforço da sua própria porção.”
Delicioso.
Penso que a falta de união vai na mesma justificação da mediocridade (ou será que vai por causa dela?). Essa postura tem de acabar e vou mais longe, no século XXI serão alguns dos valores que fizeram vingar a internet a prevalecer nos negócios. E quais são?
 Agregação, cooperação e globalização.

Continua ...

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