Quinta da Murta rosé 2008. Sucesso? - Parte I


A verdade é que procuro sempre os problemas. Sou atraído pelo desassossego como uma melga  é por uma lâmpada.
Abordo as questões pelo lado do “porque não?”, tornando-se  fácil cair em esparrelas e acumular insucessos experimentais, que por seu lado permitem fenomenais entradas de notas sublinhadas nos cadernos de apontamentos.
Um desses momentos foi o rosé de 2008.
Desde a minha chegada à Quinta da Murta que não me fazia sentido existir Touriga Nacional no encepamento, principalmente para produzir vinho tinto. Por outro lado, sempre me perguntei como seriam vinhos rosés feitos com esta uva.
Faço um parênteses para contar uma história dentro da estória:
Certo dia recebemos a visita do Rui Falcão, mandatado para fazer uma reportagem sobre a quinta que acabou por sair no nº 13 da revista Wine (vejam há quanto tempo isto foi). Na minha eloquência costumeira, e confesso, com alguma nervoseira de principiante, respondo à pergunta sobre planos futuros, que queria muito fazer ensaios em tintos trabalhados com tecnologia de brancos. Assim mesmo. Relembro que estamos em Bucelas. Arinto. Boa Hugo! Garanto-vos que o Rui não disse nada nos minutos seguintes. E notei até um ar de espanto, daqueles que fazemos quando reconhecemos inesperadamente um parvo.
Rui, o que eu queria dizer naquele dia era somente que queria experimentar pegar nas uvas de Touriga Nacional e fazer ensaios com rosés, de prensa, tanto em vinhos tranquilos como em espumantes. Queria também fazer ensaios em espumantes tintos. Nada de fermentar as uvas tintas a baixa temperatura, ok?
Pronto, mais um momento falhado resolvido. Prossigamos na história deste vinho.
Mas só amanhã, que hoje já me doem os dedos!
Vão para dentro, bebam umas pingas e amanhã continuamos.
Até amanhã!
Abraço

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